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Shaping Europe’s digital future
Success story | Publicação

A Internet das coisas no fabrico inteligente

Nos últimos anos, a Comissão Europeia contratou numerosos projetos de inovação para impulsionar a digitalização da indústria dentro e fora da Europa. Muitas das soluções digitais desenvolvidas por projetos financiados pela UE no setor da indústria transformadora estarão em breve disponíveis no mercado, algumas das quais já demonstraram ser eficazes em ensaios na vida real.

Cerca de mil milhões de EUR de financiamento da UE foram disponibilizados através do programa Horizonte 2020 para esforços no domínio da investigação e desenvolvimento no âmbito do domínio prioritário « Digitalização da Indústria Europeia» (DIE), em setores como a energia, a mobilidade, a construção e a indústria transformadora. Atualmente, o processo de produção utiliza cada vez mais inovações digitais como a inteligência artificial, a Internet das Coisas (IdC), a computação em nuvem e a análise de megadados. Ao integrarem estas novas soluções, as fábricas podem desenvolver os seus processos digitalmente, promovendo a criatividade e reduzindo o tempo gasto desde a conceção até à produção.

Lançado em novembro de 2017 e que recebeu cerca de 1,5 milhões de EUR de financiamento da UE, o projeto de reforço — Sistemas de fabrico flexíveis e autónomos para produtos de conceção personalizada — desenvolveu, validou e divulgou um quadro integrado e modular para aumentar a qualidade e a eficiência das produções aeronáuticas e facilitar os serviços de manutenção. O fasten está enquadrado no convite à apresentação de propostas do Horizonte 2020 EUB-02-2017 sobre o tema «Pilotos da IdC: Adaptação inteligente do fabrico» para promover a cooperação entre a Europa e o Brasil. A fasten demonstrou que o seu middleware aberto e normalizado da IdC seria aplicado no local da loja, capaz de realizar simulações, automatizar a logística e prestar serviços de reparação rápidos e de baixo custo. Este objetivo foi alcançado através da ligação de serviços integrados digitalmente às operações de fabrico, utilizando ferramentas para descentralizar o intercâmbio de dados e o processo de tomada de decisões. A demonstração das tecnologias foi realizada em dois casos-piloto: uma organizada pela ThyssenKrupp, no Brasil, e outra organizada pela Embraer, em Portugal.

Um exemplo de resultados do ciclo de vida do projeto de fasten são os seus serviços de consultoria para o fornecimento de dados de sensores na IdC industrial, a fim de permitir a rápida identificação de anomalias no ambiente. A arquitetura aberta de software intermédio da IdC permite o fornecimento adicional de sensores, a visualização e a gestão de dados em tempo real no local da loja, o que permite a transmissão e o tratamento em contínuo de sensores em tempo real em toda a cadeia de decisão e uma coordenação sem descontinuidades para a tomada de decisões. O projeto criou um modelo de classificação de sensores de fácil utilização, que conduz a uma lista de sensores adequados através de consultas baseadas nas necessidades dos utilizadores. A motivação subjacente à criação de um mecanismo de classificação de sensores deveu-se à enorme quantidade e variedade de elementos de hardware e software envolvidos, gerando um grande volume de dados tratados num período limitado e permitindo a rápida identificação de anomalias no ambiente da fábrica.

Outro dos resultados dignos de nota do projeto é um instrumento que aumenta a autonomia dos veículos guiados automatizados (VAC) seguindo um percurso visual preditivo. A solução digital utiliza sensores visuais e pode ser utilizada em armazéns industriais, onde os AGV são guiados em torno da instalação seguindo uma fita orientadora. Tal aumenta a capacidade de navegar mesmo com imperfeições de superfície, câmara e robôs móveis, melhorando os níveis de robustez intrínseca.

As soluções digitais desenvolvidas no projeto permitem às empresas transformadoras com instalações de produção tanto na Europa como no Brasil aproveitar as oportunidades futuras na quarta revolução industrial (Indústria 4.0). Com o apoio do financiamento da UE, as fábricas do futuro poderão concentrar-se na digitalização dos seus processos, na promoção de novas tecnologias de produção e numa melhor gestão da energia e dos materiais, permitindo-lhes não só trabalhar mais rapidamente, mas também mais inteligentes.