O plano de ação especifica os custos, as partes interessadas, as atividades, a coordenação e o acompanhamento envolvidos na execução da estratégia de banda larga.
Etapas do plano de ação
Depois de definir o seu plano de banda larga e de fazer as 4 principais opções estratégicas (infraestrutura e tecnologia, modelo de investimento, modelo de negócio e financiamento), o próximo passo é estabelecer um plano de ação.
Embora um plano de banda larga defina os objetivos gerais e a estratégia de desenvolvimento da banda larga, o plano de ação define e detalha as atividades necessárias à execução da estratégia. Contém também estimativas dos custos e das receitas durante as diferentes fases de implantação. Especifica as funções e responsabilidades dos diferentes intervenientes, a forma de envolver e coordenar as partes interessadas e de monitorizar a execução do projeto e os seus resultados.
Estimativas de custos e planeamento financeiro
Os custos de implantação devem ser estimados no plano de ação, a fim de satisfazer as necessidades da possível base de clientes. A solução técnica não difere da implantação normal da infraestrutura e qualquer profissional de instalação pode ser consultado sobre o assunto. A fim de reduzir os custos, podem ser tomadas várias medidas, como também indicado na diretiva relativa à redução dos custos.
O plano de ação deve também especificar a forma como os diferentes instrumentos de financiamento serão utilizados e definir as medidas a tomar para garantir a disponibilização dos fundos necessários.
Avaliação e gestão dos riscos
Em função do modelo de investimento escolhido, mas também do modelo de negócio que o acompanha, dos instrumentos de financiamento utilizados e do tipo de infraestrutura utilizado, a autoridade pública será confrontada com diferentes riscos. Ele precisa mapear esses riscos e ter um plano sobre como gerenciá-los.
Design de rede, principais conexões e planejamento urbano
Uma vez que os municípios e as regiões podem frequentemente ser os maiores utilizadores da banda larga no mercado local, deve ser elaborado um plano para ligar todos os edifícios à fibra (administração pública, estabelecimentos de saúde e hospitais públicos, escolas públicas, etc.). Trata-se, em geral, do núcleo da rede.
Além disso, uma vez que os edifícios públicos estão geralmente perto de outros edifícios residenciais e comerciais, tal criará igualmente boas condições prévias para o resto da implantação da banda larga (redes de área e ligações de última milha).
A autoridade pública deve então elaborar um plano diretor para a rede, de modo a que todas as partes do mercado privado local, todas as casas, as unidades urbanas e rurais, as multihabitações (MDU), os parques empresariais e os centros comerciais sejam alcançados. Tal deverá resultar num mapeamento da área e numa conceção de rede de alto nível.
Adjudicação de contratos
Os contratos públicos constituirão, muito provavelmente, uma parte central de qualquer projeto de banda larga. Por conseguinte, terão de ser criados procedimentos adequados de adjudicação de contratos. Além disso, se forem utilizados fundos públicos, as regras em matéria de auxílios estatais devem ser tidas em conta no procedimento de adjudicação de contratos.
Os contratos públicos podem assumir formas muito diferentes em diferentes Estados-Membros e para diferentes modelos de investimento e podem ser delicados na conceção adequada. O que deve ser assegurado, em especial, é que a adjudicação de contratos seja concebida de forma a atingir os objetivos estabelecidos no plano de banda larga e que as escolhas estratégicas feitas possam ser corretamente implementadas.
A sensibilização do mercado é uma atividade de contratação pública muito importante, especialmente entre os agentes empresariais que se afiguram mais adequados para o investimento e o modelo de negócio escolhido.
Devido à elevada complexidade desta etapa, a autoridade pública deve considerar a possibilidade de recorrer à assistência especializada para elaborar as especificações dos contratos públicos. O portal SIMAP dá acesso às informações mais importantes sobre os contratos públicos na Europa.
Acompanhamento dos progressos
É fundamental garantir que o projeto seja devidamente monitorizado e que o seu êxito seja corretamente avaliado. O monitoramento permitirá que você aplique as metas acordadas de fornecedores e empreiteiros e garanta a concorrência entre vários provedores de serviços através da rede de banda larga implantada. Os indicadores para o acompanhamento devem incluir:
- Implantação física: instalação adequada dos elementos de rede necessários (cabos de fibra, eletrónica de terminação, transmissores sem fios, equipamento terrestre por satélite, etc.);
- Ativação da rede ou disponibilidade de serviço em diferentes partes da rede, de acordo com o calendário;
- Qualidade do serviço, em termos de taxas efetivas de baixa e de carregamento de dados, latência, disponibilidade da rede;
- Taxa de falha: tempo de inatividade do serviço ou da rede comunicado pelos clientes ou descoberto pelo pessoal da rede;
- Manutenção e reparação;
- Utilização do serviço e da rede, número de novas ligações ao utilizador final ativadas (residencial e empresarial) e quantidade de fibra e/ou capacidade alugada.
O acompanhamento permitirá a aplicação das metas acordadas com os fornecedores e os contratantes, por exemplo através da fixação de sanções pecuniárias compulsórias ou da ligação do pagamento a objetivos intermédios específicos.
Os contratos devem estabelecer requisitos de monitorização. No caso dos auxílios estatais, o controlo é obrigatório. O acesso (capacidade, fibra escura ou conduta) deve ser facultado a todos os prestadores de serviços, sem discriminação em termos de tempo, gestão do tráfego ou limitação da qualidade dos serviços.
Identificar potenciais clientes
O plano deve também identificar potenciais clientes, como utilizadores finais, futuros operadores e prestadores de serviços. Novos intervenientes entrarão no mercado local quando estiver em vigor uma nova infraestrutura neutra do operador. Se houver uma infraestrutura leasable, vários operadores verão um caso de negócio na prestação de serviços sem a necessidade de construí-la por conta própria. É importante que os debates com as partes interessadas tenham lugar numa fase precoce e que muitos contratos e acordos sejam assinados antes do início da implantação.
Estabelecer a coordenação e a colaboração internas e externas
Um projeto de investimento em banda larga exige a coordenação de muitas atividades diferentes, que incluem:
- atribuição de um coordenador para o plano de banda larga;
- estabelecer a coordenação entre a banda larga e outras obras de infraestruturas para partilhar os custos da obra civil;
- organização de entrevistas pessoais e workshops com gerentes de unidade de suas unidades administrativas.
Comunicação e gestão das partes interessadas
O seu plano de ação deve incluir um plano de comunicação e gestão dos acionistas. Para o sucesso de um projeto, é essencial garantir que todas as partes interessadas sejam consultadas durante o projeto e que lhes dê o devido apoio. Os residentes, as empresas e as empresas locais são as partes interessadas mais importantes e devem ser integradas o mais cedo possível. O perfil da autoridade pública deve ser destacado para garantir que as pessoas possam acompanhar e determinar a relevância e os impactos para a região.
Campeão da banda larga
O engajamento mais forte da comunidade é sempre encontrado quando é conduzido e gerenciado a partir da própria comunidade. Isso é melhor alcançado por um Campeão de Banda Larga, alguém que é:
- já envolvido na comunidade (muitas vezes em outro papel);
- respeitada pela comunidade por esse papel e pelas suas realizações;
- apaixonado por manter a comunidade viva;
- preocupados com a falta de banda larga e com o efeito que esta tem tido na vida social e económica da comunidade;
- um bom comunicador com uma boa compreensão geral da banda larga;
- tem uma boa compreensão geral da banda larga.
É importante lembrar que, embora o programa deve permitir e incentivar os Campeões a aprender uns com os outros, eles devem sempre permanecer «enraizados» em sua comunidade. É aqui que acrescentam o maior valor e contribuem de forma mais eficaz para o sucesso do projeto.
Plano de marketing e comunicação
A fim de assegurar a coerência entre todas as partes interessadas e maximizar a aceitação, deve-se elaborar um plano de marketing e comunicação que considere:
- sensibilização para os benefícios económicos e sociais esperados da banda larga;
- disponibilização de um mapa atualizado da disponibilidade de banda larga ao longo da implantação do projeto;
- facilitar a agregação da procura por parte de empresas, agregados familiares e outras autoridades públicas relevantes;
- gestão das expectativas dos clientes;
- consultas com subconjuntos das principais partes interessadas, nomeadamente clientes utilizadores finais;
- jornadas de sensibilização para os benefícios e eventos de educação em banda larga;
- lançamento do programa e da área ao longo de toda a implantação;
- promoções consistentes em todos os canais de mídia;
- identificação e publicação regular de estudos de sucesso.
Estimular a procura
O setor público tem um papel significativo no estímulo da procura enquanto grande comprador de serviços para uso próprio, bem como na aquisição potencial da nova rede. Tem também a responsabilidade de incentivar o desenvolvimento de novos serviços e a criação de infraestruturas. A longo prazo, a utilização das infraestruturas para impulsionar a procura na economia digital é uma parte natural do desenvolvimento e do planeamento regionais e do crescimento regional.
As comunidades locais podem desempenhar um papel muito importante na procura de novos serviços. Há muitos exemplos de iniciativas bem sucedidas da base para o topo desenvolvidas numa base cooperativa ou privada.
Tomada de decisões
Diferentes níveis de envolvimento implicam diferentes níveis de influência na tomada de decisão sobre um projeto. Podem ser identificadas três variações principais:
- se a infraestrutura de rede for totalmente detida pela autoridade pública, a autoridade tem pleno controlo sobre qualquer tomada de decisão;
- para uma empresa comum público-privada, uma boa abordagem consiste em ter em conta as necessidades do mercado e ter um conselho de partes interessadas de organismos públicos para supervisionar todos os processos de tomada de decisões;
- a governação pode ser exercida através de métodos alternativos de influência. Esta abordagem pode ser necessária quando a autoridade pública não estiver diretamente envolvida. A autoridade pública ainda pode acompanhar as atividades do projeto e remeter qualquer resultado indesejável para outro organismo de execução.
Para mais pormenores e exemplos, consulte o Guia de Investimento em Banda Larga.
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Visão geral
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